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Vendinha do Tiozão do Vinil

sábado, 28 de outubro de 2017

O Sorriso da Mona Lisa teria sido causado pela música?





De acordo com Giorgio Vasari, historiador da arte e contemporâneo de Leonardo da Vinci (autor da Mona Lisa), era a música a causa do sorriso da moça.

Leonardo, diz Vasari, "contratava músicos para tocar e cantar, e fazia zombarias constantes para afastar a melancolia que os pintores normalmente davam a seus retratos".

E qual era exatamente o tipo de música que afastava a melancolia? Mark Levy, diretor do Concordia, grupo de música antiga, acha que tem as respostas em seu disco, Music for Mona Lisa, lançado pela Metronome. O recital mergulha nas fontes contemporâneas sobre a música composta no mundo de Leonardo, reunindo canções francesas, italianas, arranjos de melodias folclóricas e música para dança. A descrição de Vasari da importância da música no estúdio do artista - "a música pode ser chamada de irmã da pintura" - é repetida no próprio Tratado de Pintura, de Leonardo.

"O pintor senta-se diante de sua obra, bem à vontade, e bem vestido, e movimenta um pincel bem leve, mergulhado em uma cor delicada... sua casa é limpa, e cheia de belos quadros; e ele é frequentemente acompanhado por músicas e leituras... que são ouvidas com o maior dos prazeres".

Como a Mona Lisa é quase exatamente da mesma época da invenção da impressão da música no norte da Itália, Mark Levy teve a sorte de encontrar várias fontes. Por volta de 1503, quando a Mona Lisa foi pintada, Leonardo passou duas décadas  a serviço do governante milanês Ludovico Sforza, onde um aspecto importante de seu emprego era arrumar entretenimentos musicais de todos os gêneros - incluindo banquetes, e bailes de carnaval e de máscaras.

"Não dá para saber exatamente quais os seus gostos em música", diz Levy, "mas nosso segundo objetivo foi refletir, em nossa escolha de peças, as preocupações de Leonardo enquanto artista e pensador criativo. Demos lugar de honra à música artística de qualidade genuína, mas com concessão estranha à fascinação de Leonardo para com o grotesco, e o que podemos chamar de sua universalidade de perspectiva; acima de tudo, procuramos música que teria satisfeito seu conceito de beleza atingida por meio de proporções harmoniosas".

Assim como Mona Lisa é uma pintura revolucionária, a música também estava conhecendo a sua própria renascença. "A maior parte da música escrita antes de 1500 pode ser descrita, na falta de outro termo, como medieval", ele diz. "A maioria das composições seculares anteriores a esta data tendem a ser monótonas e angular. Mona Lisa não é uma pintura monótona ou angular - não há planos em sua face, que parece ter sido espontaneamente moldada a partir de curvas e formas naturais. E, assim como há um novo senso de liberdade na pintura, a música segue a mesma tendência". 

Levy adorou os aplausos que se seguiram aos concertos com a música do disco, e gostaria que os compradores em potencial do CD passassem por um pequeno teste. "Escute o CD por 15 minutos; olhe-se então no espelho, ou peça a um amigo para descrever sua expressão. Os cantos de sua boca ficaram sutilmente mais suaves? Um toque de misteriosa feminilidade prorrompeu em suas formas?" Música que fez a Mona Lisa sorrir pode fazer bem a você também!

Extraído da Revista Classic CD nº 23 (setembro de 1998)
Autor não creditado






terça-feira, 24 de outubro de 2017

A Influência da Música no Organismo




A música sempre foi uma constante na vida do ho­mem e, por isso mesmo, ela é tão antiga quanto a hu­manidade. Ela era utilizada em rituais, para diversão e até para curar doenças. Os primeiros relatos da música combatendo enfermidades foram encontrados em papiros médicos egípcios, milênios de anos antes de Cristo, os quais atribuíram ao encantamento da música uma influência na fertilidade da mulher. A música pode atuar sobre o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea, a respiração cardíaca e inclusive sobre as glândulas endócrinas, liberando adrenalina e outros hormônios.

É também comprovado que a música influencia a condução elétrica do corpo e o equilíbrio do sistema nervoso, com isso provoca reações e deixa os nervos à flor da pele, “eriçados”. Enquanto há música que produz um equilíbrio na mente e no organismo todo, também há a música que acaba desestruturando totalmente as reações de nosso organismo, alterando os padrões considerados normais.

Os sons graves nas fórmulas rítmicas repetitivas, em batidas marcantes, com o volume acima de certo número de decibéis, com a atmosfera sonora criada pelos instrumentos e baterias usados na música popular, afetam diretamente a glândula Pituitária, ou Hipófise, localizada bem no meio da cabeça; excitam-na e fazem que seus hormônios influenciem todo o metabolismo do corpo, bem como as glândulas sexuais; enfim, afetam a química corporal por completo, fazendo o organismo se sentir num clima totalmente alterado. .(ARAUJO, 1998, p. 28).

O cérebro humano também pode ser alterado dependendo das exposições à musica, podendo ser esculpido por ela - Veja O  CÉREBRO DO MÚSICO , já postado aqui no blog.  

Na maioria das pessoas, o lado direito do cérebro favorece a análise da harmonia e do contorno melódico e o esquerdo mostra especial talento para processar o ritmo. Os músicos profissionais costumam ser tão analíticos que ocorre neles uma dominância do cérebro esquerdo.

A música é em geral percebida através da parte do cérebro que recebe os estímulos das emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida aos centros cerebrais envolvidos com a razão e a inteligência. Por estes motivos, acaba afetando a pessoa sem que ela se dê por conta, assim a resposta à música ocorre mesmo quando o ouvinte não está dando uma atenção consciente a ela.

Quando o som chega ao cérebro, ele irá atuar no sistema límbico (sistema primitivo do cérebro). Em uma situação de stress, medo ou tristeza, é enviada uma mensagem para o hipotálamo, que ordena a que liberação de hormô­nios específicos, gerando ao fim, a liberação de uma substância anestésica chamada cortisol.

Segundo estudos e pesquisas, a utilização da música em terapia (musicoterapia), é utilizada com sucesso no controle da dor crônica.

A liberação do cortisol citado acima faz com que a audição musical promova um efeito analgésico.

Em pesquisa realizada com pacientes com câncer no Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, constatou-se que o uso da música gera efeitos fisiológicos semelhantes à morfina.

“A música tem o mesmo efeito que a morfina, pare­ce que tirou a dor de dentro de mim”.
Acho que ao invés de morfina, vou pedir uma dose de música clássica, o que você acha?”
No mesmo estudo, relatou-se que além da redução da dor, ocorreu maior equilíbrio nos valo­res dos parâmetros vitais, principalmente na frequência respiratória e frequência cardíaca.



Por Flávia Nogueira
Musicoterapeuta, musicista
e professora de música
Autora do blog Música & Saúde





 Bibliografia

SACKS, Oliver. A grande orquestra do cérebro. Revista VEJA. São Paulo. n. 2027, 2007.
ARAÚJO, Dário Pires. Efeitos e usos da música. Belo Horizonte: Ed. Atrium, 1998.
RODRIGUES Keila Lages. A influência da música no corpo humano. Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Física da ULBRA/Guaíba
FRANCO, Mariana e RODRIGUES, Andrea Bezerra. A música no alívio da dor em pacientes oncológicos. Trabalho realizado no Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

domingo, 15 de outubro de 2017

Música Simples X Música Complexa




É difícil conceber um mundo sem música. Ela está intimamente enraizada em nossa experiência íntima, carregando memórias e emoções.

Ao nascer, já se sabe que bebês são capazes de distinguir entre escalas musicais, preferem harmonias consonantes em detrimento às dissonâncias e são aptos a reconhecer canções com facilidade.

Apesar do pouco repertório de informações, o bebê já demonstra um preparo básico para poder decifrar o mundo musical. Portanto, todos nascem com uma habilidade básica para música, não sendo necessário muito mais do que ouvir canções entoadas pela mãe, no rádio, na televisão para nos tornarmos musicais. Vemos isso no nosso país, dizem que o povo brasileiro é musical por natureza, e isso lá tem seu fundo de verdade...

Pensemos no caso desse bebê ser exposto a experiências musicais mais profundas, como audição de músicas com estruturas mais complexas, dificilmente tocadas nas rádios, (salvo poucas exceções) tais como peças eruditas, jazz, bossa nova, ou qualquer construção que ofereça ao cérebro desafios de processamento. A quase ausência de repertório “difícil” nas rádios se deve especialmente pelo fato de que a exposição de estruturas complexas não é aceito com facilidade por qualquer ouvido. A dificuldade inicial do cérebro no processamento dessas músicas gera irritação na maioria das pessoas.  Sabe-se que é um desafio muito maior processar uma construção de inúmeras harmonias, ritmos que se alteram constantemente, grande variedade de instrumentos tocando em uma mesma peça, do que processar melodias simples, harmonias de 3 acordes, no máximo 4 instrumentos diferentes e ritmo que praticamente não se altera. Não julgo aqui a qualidade estética da música, não quero de forma alguma afirmar que uma música é melhor se for mais “difícil”, e que músicas simples são ruins. Apenas discorro sobre os efeitos que esta diferença de estruturas musicais pode causar no desempenho cerebral.

O Efeito Mozart

Mozart
Recentemente, falou-se muito do “Efeito Mozart”. Afirmava-se que após a audição de peças desse compositor, o desempenho cognitivo se tornava melhor, ou seja, as pessoas ficavam “mais inteligentes” após ouvir trechos de Mozart. Considerado prodígio, o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) começou a compor aos cinco anos de idade, e até hoje suas obras são reconhecidas como geniais. Na época, ganhou reconhecimento da crítica especializada, embora muitos considerassem suas obras excessivamente complexas.

A ideia de que a audição de peças clássicas por bebês o tornavam mais inteligentes, levou as gravadoras a produzirem uma enxurrada de Cds com músicas do repertório clássico especialmente para bebês.

Porém, até hoje, nenhuma pesquisa comprovou que a eficácia do Efeito Mozart seja duradoura. Muitas músicas podem sim liberar neurotransmissores capazes de fazer o cérebro funcionar com maior rapidez. Pesquisas comprovam que ouvir músicas que nos agradam, sejam elas quais forem, despertam efeitos semelhantes aos encontrados no Efeito Mozart. Assim foram encontrados os Efeitos Nirvana, Efeito Bach, Efeito Iron Maiden, e tantos mais.

Atualmente, estudos sugerem que os efeitos que a audição desperta em uma pessoa provém de pelo menos duas fontes:

  • A audição de músicas complexas: responsáveis pelo acionamento de um grande número de estruturas neurais, já que o desafio apresentado requer um grande número de áreas cerebrais a fim de realizar o processamento. Essa afirmação pode explicar o efeito ocorrido no cérebro ao ouvir as peças de Mozart, consideradas difíceis e complexas;
  • A audição de qualquer peça que seja significante: a experiência musical significativa produz marcas profundas no córtex cerebral. Portanto, independente da estrutura e grau de complexidade, as músicas carregam experiências emocionais marcantes, sejam elas positivas ou não, de qualquer maneira, uma música marcante é capaz de acionar grandes áreas cerebrais, atuando como um dispositivo e gerando efeitos diversos.

Segundo pesquisas, a audição é capaz de integrar grandes áreas cerebrais, entre elas, aquelas responsáveis pela cognição e emoção. Portanto, a música integra simultaneamente tanto processamentos emocionais como racionais, por outro lado, os efeitos no cérebro causados pela audição passiva são geralmente passageiros, a audição musical, mesmo prolongada, não é capaz de alterar a estrutura neural.

Podemos considerar que as pesquisas sobre os efeitos da música sobre o cérebro humano ainda estão no início, embora muitas descobertas importantes já tenham sido realizadas. O que se pode comprovar até agora, é que a audição de peças complexas, aliadas às inúmeras significações acionadas pela escuta, representa um enorme desafio para o cérebro, e que, apesar de não tornar seres mais “inteligentes”, melhora a capacidade de concentração, atenção, percepção e principalmente, colabora muito na construção de um ser mais sensível e aberto para desafios e novidades, muito além das imposições “enlatadas” oferecidas pela mídia.


Por Flávia Nogueira

Musicoterapeuta, musicista
e professora de música
Autora do blog Música & Saúde

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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Morning Dance - Spyro Gyra

Acervo pessoal
O Spyro Gyra é um grupo de Fusion que surgiu nos Estados Unidos em meados da década de 70, que atingiu sucesso comercial e gravou uma grande quantidade de discos. Seu som é influenciado pelo Smooth Jazz, R&B, Funk e Pop.

Os amigos Jay Beckenstein e Jeremy Wall se reencontraram após terminarem o curso universitário na cidade de origem de ambos: Buffalo. Como os dois trilharam o caminho da música, resolveram se juntar para jams na noite da cidade. Os temas giravam em torno do R&B, Pop e Jazz. Incorporaram outros músicos, acrescentaram uma sonoridade esotérica e formaram o Spyro Gyra. O nome foi ideia de Beckenstein que havia feito faculdade de biologia - spirogyro é um tipo de alga verde (lembra da música do Jorge Ben? "É um bichinho bonito, verdinho, que dá na água...").

Conforme aconteciam as apresentações, a banda foi crescendo até chamar a atenção de uma pequena gravadora que resolveu apostar no grupo. Sendo assim, em 1977 lançaram o primeiro álbum que, no ano seguinte ficaria entre os Top 40 dos álbuns de Jazz.

Vários integrantes passaram pelo grupo, músicos de Funk, Disco, Jazz, Pop, R&B, etc., e levaram consigo toda essa variedade sonora transformando o Spyro Gyra num grupo original de influências diversas.

Apesar de já terem conquistado o respeito no meio musical com o lançamento do primeiro disco, faltava o sucesso, e ele veio com uma forte divulgação da gravadora (agora a forte MCA) e com o lançamento do álbum "Morning Dance". Assim conquistaram os EUA e a Europa.


Morning Dance (1979)



AUDIÇÃO COMENTADA

Meus destaques em vermelho 

01 - Morning Dance
Violão, percussão, xilofone. Um tema latino capitaneado pela bela melodia do sax alto.

02 - Jubilee
Guitarra e baixo cheios de groove. Metais em profusão e sax alto a toda. Solos de sintetizador, sax alto, guitarra e baixo. Uma grande e prazerosa viagem!

03 - Rasul
Um delicado tema solado em sax soprano e depois pelo tenor. Intervenções de uma inusitada trompa.

04 - Song For Lorraine
Um fusion típico à lá Weather Report. Ritmo quebrado e complexo - walking bass!

05 - Starburst
Teclado com timbre "strings". Guitarra sincopada e sax alto esmerilhando. Os teclados assumem vários timbres no decorrer da música. No meio, temos uma cadenciada para depois retomar com tudo na percussão!

06 - Heliopolis
Ritmo mais convencional, de pegada mais leve. Longo solo de teclado. Trabalho econômico na percussão. Boa, mas inferior às demais. 
 
07 - It Doesn't Metter
Pela primeira vez vozes no arranjo. Destaque para a guitarra. Belo encadeamento de acordes da harmonia.

08 - Little Linda
A percussão já anuncia que a coisa vai pegar fogo. O sax mostra um agradável tema. O teclado com timbre de piano também marca boa presença abrindo para o solo do xilofone. Quase um sambinha.

09 - End Of Romanticism
Os metais abrem com peso e o teclado sola na sequência em andamento acelerado. Após nova intervenção dos metais, o andamento desacelera e a harmonia destaca primeiro a trompa e depois a guitarra que apresenta um belo solo. 


Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte histórica: Wikipedia

domingo, 1 de outubro de 2017

Quer Estudar Violão? Confira Antes Estas Dicas!



Então você está querendo aprender violão clássico, mas não sabe muito bem por onde começar?

A maioria das pessoas têm um violão em casa. Seja o instrumento emprestado que as crianças trouxeram da escola, ou a antiga relíquia que papai guarda como lembrança dos dias em que tocava o instrumento. É provável que haja, em algum ponto de sua vida, uma coisa com braço, caixa e um conjunto de cordas. Contudo, também é possível que, mesmo que você tenha acesso a esse instrumento, nunca lhe tenha sobrado tempo para levá-lo a sério.

Felizmente, nos últimos anos vem ocorrendo uma revolução no ensino do violão, com instrumentos de qualidade produzidos em série, um grande número de escolas e métodos, e, por fim, a oportunidade de o aluno entrar em contato com um professor qualificado de violão clássico ou popular.



Partes do Violão



Que instrumento comprar para começar?
Como seu primeiro violão, você não precisa necessariamente de um instrumento de concerto feito a mão que você sequer ousaria tirar do estojo para limpar. Por outro lado, de pouco adianta comprar um instrumento barato e mal feito do qual nem o maior violonista conseguiria tirar um som bonito. Os violões são baratos se comparados com a maioria os instrumentos da orquestra – os modelos para aluno vão de R$ 250,00 a R$ 550,00. Existem até violões especiais para os mais jovens, disponíveis em metade e três quartos do tamanho normal.

O principal fator na hora da escolha, tanto em termos de preço quanto de qualidade sonora, é a construção do tampo. Ele é feito de uma madeira macia e laminada, normalmente espruce ou cedro, nos violões mais baratos. Os tampos de madeira laminada não apresentam bom timbre e projeção, o que, por outro lado, significa que seus pobres dedos terão que trabalhar com mais empenho; portanto, escolha um violão de tampo sólido – cujo preço parte de, mais ou menos R$ 300,00. Além disso, para que o violão seja “tocável”, ele deve apresentar a “ação” correta, ou seja, a distância entre as cordas do braço. Se ela for muito pequena, as cordas podem zumbir e bater contra os trastes – se ela for grande, será difícil ou impossível produzir as notas de maneira precisa.

Embora a maioria das lojas de instrumentos musicais vendam violões, é mais aconselhável procurar uma loja especializada, onde você poderá encontrar instrumentos importados e “autênticos”. Se você for passar férias na Espanha, aproveite a ocasião, pois nesse país os violões são incrivelmente baratos, e existem luthiers (fabricantes de instrumento) e lojas em toda a região da Andaluzia, que inclui locais turísticos como Torremolinos, Málaga e Marbella. Por fim, onde quer que você adquira seu instrumento, experimente levar com você um violonista ou um professor experiente.

 Luthier em sua oficina

Descobrindo um professor
É sempre difícil decidir que professor é o mais adequado às necessidades e capacidades do aluno. Com isto em mente, não assuma compromisso de assistir a um curso completo sem antes ter tido algumas aulas particulares com diferentes professores. E cuidado com os que prometem mundos e fundos por um preço módico.

Obtendo um diploma
Depois de ter tocado suas primeiras peças, é possível que você queira fazer um curso de violão clássico num conservatório ou numa faculdade de música. As opções estão começando a se diversificar pelo país afora.

A maioria do repertório para o aluno de violão clássico foi escrito no século XIX; assim, você vai encontrar nomes como Carcassi, Giuliani e Scor em quase todos os métodos publicados. Em níveis mais adiantados, transcrissões mais ambiciosas de obras já existentes também aparecem (p. ex., as peças para alaúde de Dowland e de J. S. Bach)


A prática traz o prazer 
Como acontece com qualquer outro instrumento, você vai precisar trabalhar muito antes de conseguir ouvir alguma coisa que seja musicalmente inspiradora. Mas se você estudar o tempo necessário, esforçando-se ao máximo, os resultados valerão a pena. Ou, pelo menos, é o que achava Andre Segovia, que certa vez assim descreveu o violão: “… o mais imprevisível e o menos confiável dos instrumentos musicais que existem, e também o mais doce, o mais quente, o mais delicados devaneios em nossa alma”. Tenha sempre isto em mente, mas não vá exigir demais de sua primeira lição…
Texto: Joe Bennett – é professor de violão e
editor da revista inglesa Total Guitar


 Andres Segovia, um dos maiores de todos os tempos

Onde Estudar
Que tal um lista em que a satisfação é garantida?
  • Escola de Música e Belas Artes – Curitiba (PR)
  • Escola de Música do Espírito Santo – Vitória (ES)
  • Conservatório JKO – Pouso Alegre (MG)
  • Universidade do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ)
  • Conservatório Brasileiro de Música – Rio de Janeiro (RJ)
  • Escola de Música Villa-Lobos (RJ)
  • Escola de Música e Cia da Cordas – São Paulo (SP)
  • Universidade de São Paulo – São Paulo (SP)
  • Faculdade Carlos Gomes – São Paulo (SP)
  • Instituto de Artes da Unesp – São Paulo (SP)
  • Faculdade Santa Marcelina – São Paulo (SP)
  • Conservatório Dr. Carlos de Campos – Tatuí (SP)

APROFUNDE SEU CONHECIMENTO!

Seis grandes violonistas:

Francisco Tárrega (1852 –1909) – O primeiro grande mestre do moderno instrumento de seis cordas. Foi o pioneiro do “recital” de violão, tocando dezenas de peças escritas de sua própria autoria.

Andres Segovia (1893 – 1987) – Gênio espanhol autodidata que impôs o violão como instrumento “sério”, atraindo para ele total atenção popular. Estilo intimista, sutil e introspectivo. Encomendou muitas obras novas em seus 77 anos de carreira.

Julian Bream (1933) – Depois de Segovia, provavelmente o mais importante violonista deste século. Virtuose brilhante, com interpretações profundamente artísticas. Grande incentivador de novas peças.

John Williams (1942) – Nascido na Austrália, espécie de aluno de Segovia e ativo na moderna tradição virtuosista estabelecida por Bream. Um inovador da fusão de diversos estilos de música. (confira uma música interpretada por ele mais abaixo no post)

Carlos Bonnell (1949) – Foi o mais jovem professor do Royal College of Music, a partir de 1972.

Slava Grigoryan (1976) – Um dos muitos jovens pretendentes ao trono das seis cordas. Põe em evidência um temperamento ardente e uma técnica formidável.

Seis grandes obras

Canciones populares – Segovia – Ele compôs pouca música, mas estas 16 peças curtas, baseadas em canções folclóricas, são deliciosas.

12 Estudos – Villa-Lobos – Juliam Bream chamou estas peças inovadoras, escritas em 1929, de “o equivalente, para violão, dos Estudos para piano de Chopin.

Concerto de Aranjuez – Joaquim Rodrigo – De longe, a mais conhecida composição já escrita para o violão clássico.

Nocturnal – Benjamin Britten – Escritas em 1963, estas meditações sobre o sono e a noite, a partir de um tema de John Dowland.

Cinco Bagatelles – Walton – Walton completou-as em 1971, quando tinha 69 anos, mas elas cintilam com energia e inventividade.

Royal Winter Music – Henze – Uma sonata meditativa, em seis movimentos, escrita em 1976, com base em personagens de Shakespeare.

Audições e Análises
Mestre Segovia em ação!



O violão é conhecido como guitarra na maioria dos países. O que para nós é chamado guitarra, para eles é a guitarra elétrica.

O alaúde mouro foi a base para a evolução do violão e na época de Vivaldi, havia um instrumento que significava a transição de um para outro.

Alaúde

Stélé, segundo movimento – Philip Houghton 


“Stélé”, explica o violonista John Williams “são estrelas ou momentos da Grécia antiga”, cujas imagens são usadas pelo compositor australiano Philip Houghton como um estímulo para se evocarem “impressões e memórias do passado”. O segundo movimento é particularmente difícil de tocar. Ouça, em especial, as seguintes características da interpretação:




00:00 – A série de crescendos tensos e em golpes secos com que a música se inicia. 00:15 – Um floreio das cordas bem no alto do braço.

00:17, 00:52 – Figurações insistentes e de notas repetidas que atribuem ao movimento sua característica de perpetuum mobile.

01:26 – Três intervenções de notas únicas e tocadas de maneira brusca intensificam a tensão à medida que a peça avança para seu fim.


Prelúdio Nº 1 em E menor – Heitor Villa-Lobos – Violão: Fábio Zanon

Com os cinco prelúdios (1940) Villa-Lobos retoma sua obra violonística pontuando uma estética mais conservadora em relação ao trabalho anterior, os 12 Estudos (1929). Este foi o período em que o compositor estava envolvido, entre outras obras, na criação do ciclo das Bachianas Brasileiras, e frente ao grande projeto de educação musical do governo Vargas, envolto em uma grande euforia patriótica durante o período da 2ª Grande Guerra. Esta visão ufanista do compositor se reflete nos Prelúdios através de tributos prestados aos povos simples da cidade (Prelúdios Nº 2 e 5), do campo (Prelúdio Nº 1) e da floresta (Prelúdio Nº 4). A presença de Bach como elemento central e universal da criação, fonte de inspiração e idolatria, pode ser percebido no Prelúdio Nº 3, que possui um melodismo fácil e atraente. Deve ser salientado que Villa-Lobos foi um mestre das pequenas formas e um profundo conhecedor do violão, instrumento que executava com fluência.

O prelúdio Nº 1 em E menor, construído em uma forma ternária simples é, segundo o compositor, uma homenagem ao sertanejo brasileiro.



00:00 – A primeira parte do prelúdio é toda desenvolvida nos bordões do instrumento, lembrando um violoncelo. Ele apresenta uma melodia de caráter grave e apaixonado que é exposta três vezes, retomada sempre com maior intensidade, chegando a explorar a região mais aguda da quarta corda.     
01:10 – Após o ápice de uma progressão de notas apresenta-se um novo elemento melódico, desenvolvido simetricamente e concluindo esta primeira parte.

01:37 – Na segunda parte do prelúdio uma rápida mudança de atmosfera é logo percebida por uma passagem arpejada para a região aguda. A presença luminosa da tonalidade E maior, a forte trama rítmica e a troca súbita de andamento nos remete aos ponteios dos violeiros sertanejos.

02:45 – Segue-se a reapresentação integral da parte inicial, concluindo a obra com a nota Mi, a mais grave do instrumento.

Fontes: Várias edições da revista Classic CD

Bônus!