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Vendinha do Tiozão do Vinil

domingo, 1 de outubro de 2017

Quer Estudar Violão? Confira Antes Estas Dicas!



Então você está querendo aprender violão clássico, mas não sabe muito bem por onde começar?

A maioria das pessoas têm um violão em casa. Seja o instrumento emprestado que as crianças trouxeram da escola, ou a antiga relíquia que papai guarda como lembrança dos dias em que tocava o instrumento. É provável que haja, em algum ponto de sua vida, uma coisa com braço, caixa e um conjunto de cordas. Contudo, também é possível que, mesmo que você tenha acesso a esse instrumento, nunca lhe tenha sobrado tempo para levá-lo a sério.

Felizmente, nos últimos anos vem ocorrendo uma revolução no ensino do violão, com instrumentos de qualidade produzidos em série, um grande número de escolas e métodos, e, por fim, a oportunidade de o aluno entrar em contato com um professor qualificado de violão clássico ou popular.



Partes do Violão



Que instrumento comprar para começar?
Como seu primeiro violão, você não precisa necessariamente de um instrumento de concerto feito a mão que você sequer ousaria tirar do estojo para limpar. Por outro lado, de pouco adianta comprar um instrumento barato e mal feito do qual nem o maior violonista conseguiria tirar um som bonito. Os violões são baratos se comparados com a maioria os instrumentos da orquestra – os modelos para aluno vão de R$ 250,00 a R$ 550,00. Existem até violões especiais para os mais jovens, disponíveis em metade e três quartos do tamanho normal.

O principal fator na hora da escolha, tanto em termos de preço quanto de qualidade sonora, é a construção do tampo. Ele é feito de uma madeira macia e laminada, normalmente espruce ou cedro, nos violões mais baratos. Os tampos de madeira laminada não apresentam bom timbre e projeção, o que, por outro lado, significa que seus pobres dedos terão que trabalhar com mais empenho; portanto, escolha um violão de tampo sólido – cujo preço parte de, mais ou menos R$ 300,00. Além disso, para que o violão seja “tocável”, ele deve apresentar a “ação” correta, ou seja, a distância entre as cordas do braço. Se ela for muito pequena, as cordas podem zumbir e bater contra os trastes – se ela for grande, será difícil ou impossível produzir as notas de maneira precisa.

Embora a maioria das lojas de instrumentos musicais vendam violões, é mais aconselhável procurar uma loja especializada, onde você poderá encontrar instrumentos importados e “autênticos”. Se você for passar férias na Espanha, aproveite a ocasião, pois nesse país os violões são incrivelmente baratos, e existem luthiers (fabricantes de instrumento) e lojas em toda a região da Andaluzia, que inclui locais turísticos como Torremolinos, Málaga e Marbella. Por fim, onde quer que você adquira seu instrumento, experimente levar com você um violonista ou um professor experiente.

 Luthier em sua oficina

Descobrindo um professor
É sempre difícil decidir que professor é o mais adequado às necessidades e capacidades do aluno. Com isto em mente, não assuma compromisso de assistir a um curso completo sem antes ter tido algumas aulas particulares com diferentes professores. E cuidado com os que prometem mundos e fundos por um preço módico.

Obtendo um diploma
Depois de ter tocado suas primeiras peças, é possível que você queira fazer um curso de violão clássico num conservatório ou numa faculdade de música. As opções estão começando a se diversificar pelo país afora.

A maioria do repertório para o aluno de violão clássico foi escrito no século XIX; assim, você vai encontrar nomes como Carcassi, Giuliani e Scor em quase todos os métodos publicados. Em níveis mais adiantados, transcrissões mais ambiciosas de obras já existentes também aparecem (p. ex., as peças para alaúde de Dowland e de J. S. Bach)


A prática traz o prazer 
Como acontece com qualquer outro instrumento, você vai precisar trabalhar muito antes de conseguir ouvir alguma coisa que seja musicalmente inspiradora. Mas se você estudar o tempo necessário, esforçando-se ao máximo, os resultados valerão a pena. Ou, pelo menos, é o que achava Andre Segovia, que certa vez assim descreveu o violão: “… o mais imprevisível e o menos confiável dos instrumentos musicais que existem, e também o mais doce, o mais quente, o mais delicados devaneios em nossa alma”. Tenha sempre isto em mente, mas não vá exigir demais de sua primeira lição…
Texto: Joe Bennett – é professor de violão e
editor da revista inglesa Total Guitar


 Andres Segovia, um dos maiores de todos os tempos

Onde Estudar
Que tal um lista em que a satisfação é garantida?
  • Escola de Música e Belas Artes – Curitiba (PR)
  • Escola de Música do Espírito Santo – Vitória (ES)
  • Conservatório JKO – Pouso Alegre (MG)
  • Universidade do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ)
  • Conservatório Brasileiro de Música – Rio de Janeiro (RJ)
  • Escola de Música Villa-Lobos (RJ)
  • Escola de Música e Cia da Cordas – São Paulo (SP)
  • Universidade de São Paulo – São Paulo (SP)
  • Faculdade Carlos Gomes – São Paulo (SP)
  • Instituto de Artes da Unesp – São Paulo (SP)
  • Faculdade Santa Marcelina – São Paulo (SP)
  • Conservatório Dr. Carlos de Campos – Tatuí (SP)

APROFUNDE SEU CONHECIMENTO!

Seis grandes violonistas:

Francisco Tárrega (1852 –1909) – O primeiro grande mestre do moderno instrumento de seis cordas. Foi o pioneiro do “recital” de violão, tocando dezenas de peças escritas de sua própria autoria.

Andres Segovia (1893 – 1987) – Gênio espanhol autodidata que impôs o violão como instrumento “sério”, atraindo para ele total atenção popular. Estilo intimista, sutil e introspectivo. Encomendou muitas obras novas em seus 77 anos de carreira.

Julian Bream (1933) – Depois de Segovia, provavelmente o mais importante violonista deste século. Virtuose brilhante, com interpretações profundamente artísticas. Grande incentivador de novas peças.

John Williams (1942) – Nascido na Austrália, espécie de aluno de Segovia e ativo na moderna tradição virtuosista estabelecida por Bream. Um inovador da fusão de diversos estilos de música. (confira uma música interpretada por ele mais abaixo no post)

Carlos Bonnell (1949) – Foi o mais jovem professor do Royal College of Music, a partir de 1972.

Slava Grigoryan (1976) – Um dos muitos jovens pretendentes ao trono das seis cordas. Põe em evidência um temperamento ardente e uma técnica formidável.

Seis grandes obras

Canciones populares – Segovia – Ele compôs pouca música, mas estas 16 peças curtas, baseadas em canções folclóricas, são deliciosas.

12 Estudos – Villa-Lobos – Juliam Bream chamou estas peças inovadoras, escritas em 1929, de “o equivalente, para violão, dos Estudos para piano de Chopin.

Concerto de Aranjuez – Joaquim Rodrigo – De longe, a mais conhecida composição já escrita para o violão clássico.

Nocturnal – Benjamin Britten – Escritas em 1963, estas meditações sobre o sono e a noite, a partir de um tema de John Dowland.

Cinco Bagatelles – Walton – Walton completou-as em 1971, quando tinha 69 anos, mas elas cintilam com energia e inventividade.

Royal Winter Music – Henze – Uma sonata meditativa, em seis movimentos, escrita em 1976, com base em personagens de Shakespeare.

Audições e Análises
Mestre Segovia em ação!



O violão é conhecido como guitarra na maioria dos países. O que para nós é chamado guitarra, para eles é a guitarra elétrica.

O alaúde mouro foi a base para a evolução do violão e na época de Vivaldi, havia um instrumento que significava a transição de um para outro.

Alaúde

Stélé, segundo movimento – Philip Houghton 


“Stélé”, explica o violonista John Williams “são estrelas ou momentos da Grécia antiga”, cujas imagens são usadas pelo compositor australiano Philip Houghton como um estímulo para se evocarem “impressões e memórias do passado”. O segundo movimento é particularmente difícil de tocar. Ouça, em especial, as seguintes características da interpretação:




00:00 – A série de crescendos tensos e em golpes secos com que a música se inicia. 00:15 – Um floreio das cordas bem no alto do braço.

00:17, 00:52 – Figurações insistentes e de notas repetidas que atribuem ao movimento sua característica de perpetuum mobile.

01:26 – Três intervenções de notas únicas e tocadas de maneira brusca intensificam a tensão à medida que a peça avança para seu fim.


Prelúdio Nº 1 em E menor – Heitor Villa-Lobos – Violão: Fábio Zanon

Com os cinco prelúdios (1940) Villa-Lobos retoma sua obra violonística pontuando uma estética mais conservadora em relação ao trabalho anterior, os 12 Estudos (1929). Este foi o período em que o compositor estava envolvido, entre outras obras, na criação do ciclo das Bachianas Brasileiras, e frente ao grande projeto de educação musical do governo Vargas, envolto em uma grande euforia patriótica durante o período da 2ª Grande Guerra. Esta visão ufanista do compositor se reflete nos Prelúdios através de tributos prestados aos povos simples da cidade (Prelúdios Nº 2 e 5), do campo (Prelúdio Nº 1) e da floresta (Prelúdio Nº 4). A presença de Bach como elemento central e universal da criação, fonte de inspiração e idolatria, pode ser percebido no Prelúdio Nº 3, que possui um melodismo fácil e atraente. Deve ser salientado que Villa-Lobos foi um mestre das pequenas formas e um profundo conhecedor do violão, instrumento que executava com fluência.

O prelúdio Nº 1 em E menor, construído em uma forma ternária simples é, segundo o compositor, uma homenagem ao sertanejo brasileiro.



00:00 – A primeira parte do prelúdio é toda desenvolvida nos bordões do instrumento, lembrando um violoncelo. Ele apresenta uma melodia de caráter grave e apaixonado que é exposta três vezes, retomada sempre com maior intensidade, chegando a explorar a região mais aguda da quarta corda.     
01:10 – Após o ápice de uma progressão de notas apresenta-se um novo elemento melódico, desenvolvido simetricamente e concluindo esta primeira parte.

01:37 – Na segunda parte do prelúdio uma rápida mudança de atmosfera é logo percebida por uma passagem arpejada para a região aguda. A presença luminosa da tonalidade E maior, a forte trama rítmica e a troca súbita de andamento nos remete aos ponteios dos violeiros sertanejos.

02:45 – Segue-se a reapresentação integral da parte inicial, concluindo a obra com a nota Mi, a mais grave do instrumento.

Fontes: Várias edições da revista Classic CD

Bônus!

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