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Acervo pessoal |
Tudo começou com o sucesso nas vendas do '1001 discos para ouvir antes de morrer'. Várias imitações tentaram surfar na onda e passou a ser feito toda uma gama de '1001 alguma coisa pra fazer antes de morrer'. Ok, o mercado capitalista é assim mesmo: uma ideia que dá certo - e entendemos como 'dar certo' vender muito - é replicada à exaustão. Mas o que realmente interessa para nós colecionadores é saber se os livros dessa serie são bons guias que nos permitirão ampliar os horizontes dos assuntos que amamos ou são materiais descartáveis e desprezíveis.
Uma característica que penso ser típica de nós colecionadores é a de se aprofundar naquilo que amamos e colecionamos. Por conta disso, nós somos parte do público alvo desses lançamentos tipo guia. Meu primeiro foi o de 1001 discos. Explorei ele inteiro, li, fiz anotações, ouvi os álbuns (todos), gostei de muitos e não gostei de outros tantos. Achei algumas escolhas totalmente despropositadas e algumas ausências imperdoáveis, logo, exatamente o que eu esperava que fosse acontecer, rsrs.
A primeira coisa que eu acho que deve ser observada são as fontes e o que pude perceber é que são várias e isso é extremamente importante numa publicação dessas, pois evita que apenas uma visão da coisa seja explorada, afinal, por mais isento que possam ser os críticos, é praticamente impossível deixar totalmente de lado os gostos pessoais em suas avaliações, portanto quanto mais fontes melhor e o resultado final foi o mais eclético possível.
Pensando como um razoável conhecedor da música brasileira, senti a falta de inúmeros títulos nacionais muito relevantes nas listas, fora isso também não pude deixar de notar a predominância de trabalhos de língua inglesa. Por mais que reconheça que a cultura anglófona domine o mundo, não podemos ignorar as inestimáveis colaborações oriundas das mais diversas partes do globo. Alguma coisa até é mencionada, mas muito pouca para que se fizesse justiça. O '1001 Livros para Ler...' chega até a trazer um anexo com grandes obras brasileiras, mas apenas para o nosso mercado. Livros brasileiros de grande relevância para a literatura mundial foram escanteados para esse anexo que só foi publicado por aqui.

O saldo final para mim foi bastante positivo, conheci melhor muito do que já gostava, passei a gostar de mais coisas, continuei desgostando de outras coisas, mas passei a identificar alguma qualidade mesmo sem gostar e passei a gostar de coisas que por uma razão ou outra (preconceito eu diria) eu antes não gostava.
Não acho que o que esses livros dizem deve ser seguidos à risca e nem que está tudo certinho ou que trás a "pura verdade", mas a investigação é muito válida e engrandece nossa cultura e conhecimentos.
Uma crítica que faço são as atualizações. Acredito que um álbum, música, filme ou livro devem ser julgados com tempo, e não logo depois que são lançados. Acho que os trabalhos devem ser maturados no intelecto e na sensibilidade de pelo menos duas gerações para que sua relevância seja evidenciada e reconhecida, sem riscos de leviandades. Atualizar os livros incluindo os últimos lançamentos é algo no mínimo temerário ao meu ver. E o que acontece para fechar a conta dos 1001? Itens antes relevantes simplesmente deixaram de ser para permitir a acomodação dos lançamentos mais recentes? Um absurdo na minha opinião! (Espalhadas pela postagem estão algumas das atualizações dos 1001 discos)
Você possui também algum desses livros? O que achou deles? O que você acrescentaria se pudesse? E o que tiraria? Mande um comentário!
Até mais!
Rodrigo, muito legal a postagem.
ResponderExcluirEu tenho o "1001 filmes...antes de morrer". Já li muito e busquei filmes que ali estavam...sempre se aproveita e se renova quem vai a fundo num assunto. Já o "1001 discos..." eu já tive, passei adiante. Acho muito bom, porém faço ressalvas. Creio que 1001 é muita coisa. Acho que 500 daria melhor para se cair dentro e aprofundar releases, opiniões, fontes. Enfim,...senti falta - por exemplo - do disco "Dog man star" de 1994 do Suede não estar numa lista tão vasta. Ou tanta coisa de Beatles, Stones, Bowie e Dylan...será que alguns álbuns são tão fantásticos mesmo? Mas tudo é muito pessoal. Abraços!
Sem dúvida que o 1001 discos poderia ser mais aprofundado e tem uma coleção discutível de títulos. Mas acho que tem sua serventia como um bom catalisador de pesquisas e o aprofundamento ficaria por nossa conta. Beatles, Bowie, Stones e Dylan são os campeões de indicações do livro, porém são obras tão ricas que as discografias completas seriam indicadas e recomendadas para se conhecer e o livro, de certa maneira me incentivou a fazer isso. Abraços!
ExcluirÉ verdade. Tenho o primeiro volume e confesso que o adquiri mais por curiosidade. A obra é bastante pretensiosa, aliás. Mas não deixa de ser um belo guia. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirObrigado Marcelo!
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