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Vendinha do Tiozão do Vinil

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Coletânea? Não, obrigado!


Não serei hipócrita, tenho muitas coletâneas e através delas conheci vários artistas e grupos. Digamos que foi uma “porta de entrada” para muito conhecimento e prazer. Comecei a desgostar das coletâneas por volta de 1996, quando me interessei por música clássica e passei a pesquisar mais a sério este gênero musical.

Frequentemente, por uma questão mercadológica, as coletâneas de música clássica são compostas de trechos das obras, retirando-as totalmente de seu contexto. É lamentável ouvir o “tema” da quinta sinfonia de Tchaikovski, por exemplo, sem antes ouvir o primeiro movimento, parte do segundo, o terceiro e o quarto. É um grande prazer passar pelos movimentos musicais compostos brilhantemente, conduzindo o ouvinte a se maravilhar quando finalmente chega ao tema de forma grandiosa, levando muitas vezes às lágrimas; obviamente não por tristeza, mas de emoção; e após, caminhar à conclusão.

No entanto, a coletânea mostra uma faixa de Beethoven com um teco de Mozart e uma pílula de Vivaldi. É como se você fosse assistir a um filme onde os primeiros minutos mostrasse os melhores momentos de Taxi Driver (totalmente fora de contexto), logo após, sem maiores explicações, a melhor parte de O Exorcista e finalizasse com o ápice de O Senhor dos Anéis. Ou seja, terrível.

Depois percebi que com música popular não é diferente. A maioria dos artistas costuma elaborar seus álbuns ou de forma conceitual, de modo que todas as faixas são interligadas de alguma forma, como fez o Pink Floyd, The Who, Marvin Gaye e etc. Ou são apresentadas conforme sua inspiração no momento das composições, onde o trabalho tem várias coisas em comum, expressando o momento do criador, gerando também uma  unidade de certa forma. É um desperdício separá-las. Já percebi, inclusive, faixas de coletâneas que são aparentemente sem graça mas, quando a inserimos no contexto de um álbum, tornam-se  fabulosas.

Concluindo, a coletânea torna um trabalho meramente comercial, diminuindo seu valor conceitual e artístico. Admito que em momentos apenas de lazer, a coletânea seja interessante. Mas que seja a MINHA coletânea e não a selecionada por terceiros. Essa, acho que ainda vale.


E você, o que acha? Registre sua opinião nos comentários!

*Publicado originalmente em 23/10/2009

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