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Vendinha do Tiozão do Vinil

sábado, 9 de setembro de 2017

O segredo de Bill Wyman (Rolling Stones)


***Bill Wyman, foi por 30 anos (1963 - 1993) o baixista dos Rolling Stones.

Fuçando as matérias da minha coleção de revistas Classic CD, encontrei esta interessante matéria escrita em 1998 pelo jornalista Jonathan Webster, baseada em uma entrevista concedida a ele por esta lenda do rock. Segue abaixo:

Ouvindo sua coleção de 5000 discos de vinil e 500 CDs, Bill Wyman, o baixista dos Rolling Stones, viu-se cada vez mais fisgado pela música clássica. Ele nos conta por que.

"Eu nunca pensei que um membro maduro dos Rolling Stones como eu chegaria a admitir isto, mas recentemente desenvolvi um gosto pela música clássica. Talvez isso tenha algo a ver com minhas duas adoráveis filhas dançando pela casa ao som do Quebra-Nozes de Tchaikovski num domingo de manhã. Com certeza, eu pus os olhos nelas para me certificar de que elas não colocariam as mãozinhas curiosas em minha discoteca.

Segundo minha contagem, tenho 5000 discos de vinil e 500 CDs - cujo núcleo está guardado no sótão de Gedding Hall, minha casa de campo medieval em Suffolk. Como era de se esperar, a grande maioria das prateleiras está cheia de gravações raras de blues, jazz, soul e swing. Contudo, em meio a elas há alguma coisa de mais sério, como obras de Bach, Mozart  e Mahler. Tenho tudo de Bach, das cantatas regidas por Harnoncourt pela Telefunken (Teldec Das Alte Werk) às interpretações jazzísticas daquele inconfundível mestre francês: Jacques Loussier. Quem não conhece este repertório - ou se escandalizaria coma ideia de Bach recebendo um tratamento jazzístico - deveria implorar, emprestar ou roubar uma cópia de The Best of Bach de Loussier.

Avançando pela história da música, onde ficaria eu sem uma boa dose da música de Mozart, para mim um cura-tudo, especialmente quando se trata de ressaca? E acho que a interpretação de Malcolm Bilson, ao pianoforte, das sonatas completas de Mozart (pela Hungaroton) é uma panaceia maravilhosa; tanto que gravei os três volumes em cassete para ouvir no carro.

O campo inglês pode provocar efeitos curiosos nas pessoas. Eu notei que desde que me instalei no campo também desenvolvi um gosto pela produção de compositores como Vaughan Williams e Elgar. Essa antiga nostalgia inglesa é, com certeza, algo duro de a gente se livrar, e obras como a Fantasia sobre um tema de Thomas Tallis de Vaughan Williams (existe uma fantástica versão, se não me falha a memória, com Sir Adrian Boult) chegam a provocar, mesmo num taciturno emotivo como eu, um tremendo nó na garganta.

Só para mostrar que não tenho sangue azul, diante de uma noite típica vario o cardápio musical ouvindo uma sinfonia de Mahler regida por Leonard Berstein e, em seguida, deixo a emoção correr solta ouvindo uma gravação dos anos 30 de Bing Crosby dando seu recado acompanhado pelos Rhythm Boys, seguida por Dr. John martelando algumas boas especialidades do soul-jazz de New Orleans.

Por falar em dar o recado, quero deixar registrada minha mais recente aquisição! Trata-se de uma trilogia de 3 CDs com uma viagem cronológica pela história dos blues, jazz, swing e soul (que vai dos anos 20 aos anos 70) e o primeiro deles - chamado Strutting' Our Stuff - acabou de ser lançado pela RCA, com um time de músicos capaz de deixar qualquer um doido."

CDs recomendados por Bill Wyman



J.S. BACH - Cantatas - vários solistas; Vienna Concertus Wien/Nikolaus Harnoncourt - Teldec


MOZART - Sonatas para piano - Malcolm Bilson - Hungaroton


MAHLER - Sinfonia Nº2 em Dó menor, "Ressurreição" - Hendricks (soprano); Ludwig (mezzo-soprano); Westminster Choir; New York Philharmonic Orchestra/Leonard Bernstein - Deutsche Gramophon


VAUGHAN WILLIAMS - Fantasia sobre um tema de Thomas Tallis; Sinfonia Nº2 - London Philharmonic/Sir Adrian Boult - EMI


TCHAIKOVSKY - O Quebra-Nozes - London Symphony Orchestra/Sir Charles Mackerras - Telarc

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